[ Informação Ana Delicado, ICS-ULisboa ]
ICUR2020: 2nd International Conference on Urban Risks
O CERU – Centro Europeu de Riscos Urbanos – convida todos os interessados a participar na 2.a Conferência Internacional de Riscos Urbanos (ICUR2020) que se realizará em Lisboa, Portugal, de 25 a 27 de Junho de 2020.
No seguimento da 1.a conferência (ICUR2016) serão abordados temas relacionados com a gestão, avaliação e mitigação de riscos naturais e tecnológicos, assim como o seu impacto na saúde e nas sociedades. Será dada particular ênfase aos riscos associados às alterações climáticas, com importante impacto nas zonas urbanas, e à comunicação do risco.
A ICUR2020 destina-se a todos os prfissionais envolvidos na temática dos riscos urbanos como, por exemplo, decisores políticos, geógrafos, urbanistas, engenheiros, técnicos da Protecção Civil e investigadores. A ICUR2020 será o fórum ideal para apresentar, discutir e partilhar os seus conhecimentos e experiências.
A ICUR é uma conferência bilingue (Português e Inglês), embora se encoraje a utilização da língua inglesa, dado o seu carácter internacional e para permitir seleccionar as melhores comunicações para serem submetidas para publicação numa revista internacional com revisão por pares.
Contamos com a vossa participação realçando que além do interesse técnico-científico da conferência, Lisboa é uma bonita cidade que vale sempre a pena visitar ou revisitar.
Objectivos
A Conferência Internacional de Riscos Urbanos (ICUR) proporcionará um fórum internacional no qual investigadores e técnicos que desenvolvem trabalho na área dos riscos urbanos poderão discutir as metodologias mais recentes e os últimos resultados de investigação.
A Conferência tem como objetivo promover a colaboração interdisciplinar entre técnicos e investigadores, com competências em diferentes disciplinas, visando reduzir o impacto de catástrofes naturais ou tecnológicas nas sociedades urbanas.
Temas
Alguns dos temas a desenvolver na conferência serão:
• Metodologias de análise e gestão do risco
• Riscos induzidos por fenómenos naturais (geofísicos, hidrológicos, climatológicos)
• Riscos em infraestruturas induzidos por acidentes tecnológicos ou por eventos naturais
• Riscos de saúde e ambientais
• Planeamento e resposta da emergência
• Eventos em cascata (desastres induzidos por outros desastres)
• Riscos no parque monumental
• Comunicação do risco
• Mitigação do risco
• Riscos sociais
Datas limite
Submissão de resumos: 31 de janeiro de 2020
Aceitação dos resumos: 30 de março de 2020
Contactos e informações: Inês Rio – icur2020@ceru-europa.pt / http://www.ceru-europa.pt/icur2020
[ Informação Alix Didier Sarrouy, CICS.NOVA ]
Cadernos de Arte e Antropologia
Dossiê temático: “As práticas artísticas em coletivo e os seus potenciais sociopolíticos”
Prazo para submissão de contribuições: 31 de Agosto 2019
Contexto
Susan Wright (2010) define a “cultura” como um processo ativo, dinâmico e politizado de desafiar dimensões simbólicas e o poder de definir conceitos-chave numa sociedade. Esta definição torna visíveis as relações de poder que ocorrem explícita ou implicitamente em qualquer interação social. Também abre a possibilidade para entender que as práticas artísticas são um elemento de construção de uma cultura numa sociedade, mas não a única, e que elas estão intrinsecamente ligadas a dinâmicas sociais e políticas mais complexas. Surgem então questões fundamentais sobre o significado da arte, a relação entre arte e cultura, a relação entre arte e artista, o papel da arte numa sociedade.
Nas duas últimas décadas, estas questões foram particularmente refletidas nos debates em torno da proliferação de projetos que promovem o uso da arte como instrumento de educação e de emancipação sociocultural. Esta perspetiva tornou-se cada vez mais um requisito e uma necessidade de um grande número de projetos artísticos orientados para diferentes públicos (Ex: jovens, idosos, pessoas com deficiências), conduzindo a investigar sobre a “instrumentalização” da arte (Barbieri, Partal & Merino 2011; Belfiore 2002, 2006) nas políticas culturais em seu sentido amplo (García Canclini 1987; Yudice 2002; Grimson 2011, 2014). Esta situação também serviu como gatilho para aprofundar os debates em torno das questões mencionadas acima, resultando em discussões profundas sobre os objetivos, as ações, os processos e os resultados das práticas artísticas.
Foco
Acolhemos artigos que problematizem e analisem as tensões e as disputas que surgem nestes contextos. Para definir a estrutura do dossiê temático e servir de elo entre a ampla variedade de propostas possíveis, sugerimos a noção de “coletivo”. Procuramos principalmente narrativas de práticas artísticas com uma dimensão participativa, em que o “coletivo” seja um elemento-chave. Por um lado, pode ser entendido no sentido de um grupo de pessoas num espaço físico específico (Ex: membros de uma escola ou de uma fábrica; um grupo em performance num cluster artístico compartilha; um grupo de vizinhos), e/ou unidos por um interesse comum. Por outro lado, pode também referir-se à “ação coletiva” (Becker 1974; Small 1977) de todos os atores direta ou indiretamente envolvidos num processo criativo.
Privilegiamos resultados obtidos a partir de abordagens de pesquisa etnográfica, e a partir da metodologia de “casos extendidos” (Gluckman 1940). Estamos particularmente interessados em estudos que desenvolvam análises complexas, integrando um grande número e uma variedade de atores e estruturas que influenciam os processos artísticos e seus resultados. Também acolhemos artigos de pesquisas longitudinais sobre espaços interconectados em ecossistemas sociais (Ex: escola-bairro-cidade; campo de jogos-casa-igreja). Além de artigos com formato acadêmico, também aceitamos contribuições que podem empregar diferentes formas de expressões descritivas ou analíticas.
Ideias de temas
Estamos abertos a propostas em quatro idiomas (FR, PT, ES, ING), no campo das ciências sociais, incluindo áreas interdisciplinares e/ou intersectoriais. Sugestões de temas (não exclusivas):
• Práticas artísticas a partir das quais novas formas de entender o “coletivo” podem ser imaginadas.
• Experiências que levem a pensar propostas alternativas de interação social, de construção social e de participação política.
• Práticas artísticas envolvendo migrantes e/ou refugiados.
• A relação entre a “arte como um resultado”, “arte como processo” e “arte como ferramenta”.
• O uso operativo de “criatividade” (Hallam & Ingold 2007), especialmente nos casos que podem ser analisados em termos de “criatividade comum” (Willis 1990) e de “criatividade vernacular” (Burgess 2006).
• O papel e o poder simbólico de objetos (Hennion 2015; Latour & Woolgar 1986) nas interações acontecendo em ações artísticas coletivas (Ex: instrumentos quando se ensina música; camaras ao filmar ou fotografar, etc.).
• Tensões, contrastes, contradições e paradoxos em ações sociais coletivas quando a arte é usada como ferramenta no campo sociocultural.
• Perceções dos próprios atores sobre as suas experiências de participação em diversas práticas artísticas coletivas, especialmente na perspetiva do “gênero” (Segato 2003).
• O potencial disruptivo das práticas artísticas coletivas nos seus contextos locais, e como isso se manifesta.
• Os efeitos das práticas artísticas coletivas no autoconhecimento: o “eu” e o “coletivo”; direitos e deveres sociais; dificuldades e prazeres; sensibilidade estética e poesis.
• As práticas artísticas como formas de resistência e de persistência face ao aumento das várias inseguranças e do enfraquecimento dos laços sociais, incluindo a criação de redes de apoio.
Esta edição recebe contribuições que podem representar uma diversidade de:
• Países, regiões e continentes de origem dos casos analisados.
• Epistemologias, acolhendo e promovendo as contribuições do “Sul global”, ou perspetivas não-hegemônicas na produção de conhecimento – fundações teóricas do pensamento descolonial (Mignolo, 2002, 2003; Quijano 2007), epistemologias indígenas e antropologia invertida ( Kirsch 2006; Francia & Tola 2018), ou os argumentos teóricos a favor da “provincialização” do pensamento ocidental (Chakrabarty 2008).
• Práticas artísticas, incluindo: música, dança, desenho, circo, teatro, poetry-slam, escrita coletiva, fotografia, pinturas murais, performances de rua, as intervenções em espaços públicos, entre outras.
• Formas de estudar, analisar e transmitir conteúdo: artigos em formato acadêmico, ensaios áudio e visuais, etno-artes, diários de campo, materiais de antropologia visual, desenhos, mapas, entre outras.
Artigos entre 7000 e 8000 palavras
Guia para propostas: https://journals.openedition.org/cadernosaa/236
Envie perguntas ou sugestões para Alix Sarrouy (alixsarrouy@fcsh.unl.pt). As propostas podem ser discutidas com os editores do dossiê. Os textos finais devem ser submetidos diretamente aos Cadernos de Arte e Antropologia em cadernosaa@openedition.org