[ Informação Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, UMinho ]

PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA SUBMISSÃO ATÉ 30/07/2022 | Revista Configurações N.º 30 | Dossiê temático “Conflito, Negociação e Mediação”

Coordenação

Pedro Cunha (Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Fernando Pessoa) e Ana Paula Monteiro (Departamento de Educação e Psicologia da Escola de Ciências Humanas e Sociais, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro).

Apelo a contributos

O conflito é um fenómeno transversal a todas as dimensões da vida humana. Preocupações com a guerra e a paz estão, assim, na obra de psicólogos/as e sociólogos/as desde o início das suas ciências. Entendido paradoxalmente quer como acionador de desenvolvimento pessoal e societal (e.g., promove mudanças sociais, estimula novos pensamentos, ajuda a formar o sentido de identidade pessoal e social), quer como propulsor do rompimento das relações interpessoais a todos os níveis (e.g., horrores da guerra, violência entre países, inimizades em famílias), o conceito de conflito tem vindo a ser cada vez mais abrangente e considerado estruturante no sentido de incluir toda a diversidade de processos que integra o ser humano (sentir, pensar e agir). As noções teóricas sobre o conflito e as perspetivas de análise do mesmo evoluíram progressivamente de um conceito circunscrito a meras ações adversas com base na inevitável perceção de escassez de recursos para abordagens mais integradoras, da Psicologia, da Sociologia e de outras Ciências Sociais, que incluem, além da análise de estados psicológicos antagónicos dos/as protagonistas, os processos comportamentais, cognitivos e emocionais que ocorrem, simultaneamente, em situações conflituais. O facto de existir algum consenso sobre os conflitos funcionarem com base na escalada irracional tem alavancado, científica e tecnicamente, grandes avanços no sentido de o foco não estar apenas na sua resolução, mas também na sua gestão construtiva aos mais diferentes níveis da realidade (e. g., escola, família, organizações, política, justiça e saúde, entre outras). Nesse sentido, entendemos que será útil debater, neste vasto campo, questões relacionadas com as diferentes metodologias de gestão construtiva de conflitos, a importância da negociação como pilar essencial das democracias, a utilidade da mediação em diferentes âmbitos de aplicação, a relevância da arbitragem e da conciliação como meios alternativos de justiça e a construção de uma cultura de paz.

Para este número/ dossiê temático, são bem-vindos manuscritos que versem, entre outros, sobre:
• Conflitos em diferentes contextos (escolar, familiar, justiça, comunitário, organizacional, saúde, entre outros) e seus impactos;
• Processos de negociação, mediação, arbitragem e conciliação em diferentes âmbitos (familiar, ambiental, escolar, comunitária, justiça, entre outros);
• Desafios da construção de uma cultura de paz e justiça social.

Dando-se especial destaque a artigos assentes em investigação empírica, serão consideradas, igualmente, revisões da literatura relativa a assuntos de manifesto interesse para o desenvolvimento desta área temática, artigos com descrição e análise de projetos no âmbito da gestão construtiva de conflitos, reflexões com base em relatos de experiências profissionais em contexto de negociação e/ou mediação e recensões críticas de obras relevantes para a análise psicossocial das áreas do conflito, negociação e mediação.

As propostas devem ser endereçadas à Direção da Revista, através do e-mail configuracoes_cics@ics.uminho.pt, até ao dia 30 de julho de 2022. Recomenda-se aos/às autores/as a leitura das normas de publicação, disponíveis em https://journals.openedition.org/configuracoes/14779.

+ info em https://journals.openedition.org/configuracoes/14810