[ Informação Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, ICS-UMinho ]

Chamada de artigos – Configurações: Revista de Ciências Sociais – n.º 31 / junho de 2023
Dossiê temático: “Vírus, algoritmos e o Estado”

Coordenação

Fernando Bessa Ribeiro (Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho e CICS.NOVA.UMinho) e Alípio de Sousa Filho (Instituto Humanitas de Estudos Integrados da Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Apelo a contributos

No último dia de 2019, o escritório chinês da Organização Mundial de Saúde tomou conhecimento da existência de uma pneumonia de etiologia desconhecida que afetava residentes em Wuhan. Rapidamente se percebeu que estávamos perante um vírus que, alastrando à velocidade dos aviões que cruzam os céus do planeta, se transformou numa nova pandemia. Por causa de um agente patogénico, fomos confrontados com uma ameaça que se generalizou e vai ceifando vidas, agora de modo menos intenso. Aparentemente nada de novo… A história está tingida de pandemias, algumas das quais mataram em número bem maior à atual. Se a epidemia confronta as nossas sociedades hipertecnológicas com o facto, sistematicamente obnubilado, de não estarmos fora da natureza, pelo que as nossas vidas são condicionadas e até eliminadas por ela – logo, não podendo ser pensadas, ignorando-a –, as respostas dos governos suscitam interpelações que renovam a urgência do debate sobre o Estado. A bem dizer, a pandemia alertou-nos para a força dos dispositivos estatais, não só mostrando que nada há de fatalismo nas escolhas políticas que se faz, nomeadamente, no campo económico, como também que o Estado está equipado de recursos e instrumentos de controlo que convocam Giorgio Agamben e o seu conhecido conceito de estado de exceção, aliás, discutido por Walter Benjamin no seu Zur Kritik der Gewalt de 1921. Como hipótese provável, já não se trata de ver o estado de exceção no horizonte das nossas vidas, ele é já a forma do Estado. Ainda que não existindo uma coincidência perfeita de argumentos, Shoshana Zuboff considera que o atual Estado capitalista é dominado pelo excecionalismo de vigilância, quer dizer, aquilo que era exceção, só se aplicando a situações e indivíduos particulares, como a guerra e os terroristas, passou a aplicar-se de forma generalizada e permanente. Os sistemas de vigilância, incluindo os que vigiam as nossas comunicações, como nos mostraram Edward Snowden e Julian Assange – este, objeto de uma ação de lawfare – são parte fundamental do estado de exceção, suscitando interpelações sobre o modo como se exerce o controlo legal, ideológico e sanitário das populações. Como esta configuração do Estado capitalista tem de ser compreendida considerando também as duas mudanças decisivas em curso – a da quarta revolução tecnocientífica e industrial (indústria 4.0) e a da riqueza, conhecimento e poder para o Oriente –, serão bem acolhidas propostas de artigos que, alicerçados em diferentes enfoques disciplinares, teóricos e metodológicos, contribuam para o debate crítico sobre o Estado e seus dispositivos de controlo e vigilância, facultando ao/à leitor/a o aprofundamento do seu conhecimento, em particular, acerca dos seguintes tópicos:

i. Teoria e perspetivas sobre as configurações do Estado;
ii. Ciência, técnica e tecnologias de controlo social e político;
iii. Algoritmos e dispositivos de vigilância e controlo social na pandemia;
iv. Redes sociais, fake news e vigilância através da Internet.

As propostas devem ser endereçadas à Direção da Revista, através do e-mail configuracoes_cics@ics.uminho.pt, até ao dia 15 de outubro de 2022. Recomenda-se aos/ às autores/as a leitura das normas de publicação, disponíveis em https://journals.openedition.org/configuracoes/14779

Revista Configurações: Revista de Ciências Sociais | Chamada em Permanência

A revista Configurações: Revista de Ciências Sociais, editada pelo Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais – Polo da Universidade do Minho (CICS.NOVA.UMinho), é uma revista indexada em bases bibliográficas internacionais, que apresenta uma política de acesso livre e publica trabalhos académicos inéditos, sob a forma de artigos ou recensões de obras publicadas, que contribuam para enriquecer o conhecimento científico em temáticas relevantes na área das Ciências Sociais e, em especial, da Sociologia. Os textos poderão ser escritos em português, espanhol, francês e inglês e serão submetidos à avaliação independente de especialistas, em regime de duplo anonimato.

Os artigos submetidos a concurso deverão ser enviados para configuracoes_cics@ics.uminho.pt, em conformidade com as normas disponibilizadas em https://journals.openedition.org/configuracoes/14779.

Informações adicionais encontram-se disponíveis em https://journals.openedition.org/configuracoes/15325.

 


[ Informação Mauro Serapioni, Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra ]

Call para Artigos para revista e-Cadernos CES

E-CADERNOS CES | CONVITE À APRESENTAÇÃO DE ARTIGOS
A pandemia de COVID-19 e as desigualdades em saúde nos países do sul da Europa
Organização: Mauro Serapioni, Pedro Hespanha | Prazo para envio dos artigos: 2 de janeiro de 2023

Mais informações em https://journals.openedition.org/eces/7030

 


[ Informação Revista Comunicação Pública ]

Call for papers para Comunicação Pública n.º 34 (junho de 2023) | Dossiê temático: Estudos em Audiovisual e Multimédia

Editores: Catarina Duff Burnay (Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa) e Paulo Nuno Vicente (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol

Abstract

As potencialidades do digital têm desafiado as assunções instaladas sobre o audiovisual e o multimédia como contextos e objetos de estudo. Multiplicam-se os ecrãs, hibridizam-se os aparatos de acesso a conteúdos, os media emergentes ganham centralidade nos quotidianos, os textos fragmentam-se e complexificam-se, o receptor adquire um estatuto duplo e simultâneo de consumidor e produtor. O dossiê temático “Estudos em Audiovisual e Multimédia” tem, assim, como objetivo explorar as dinâmicas dos processos de criação, distribuição e receção, mapear as suas principais alterações tecnológicas e sociais e perspetivar e compreender os impactos na indústria e nas práticas culturais dos indivíduos.

Descrição e enquadramento

Kyle Nichols (2006), ao discutir o futuro da televisão, substituía o conceito de broadcast por algo próximo da engenharia genética, com os telespectadores a trabalhar nos seus laboratórios multimédia pessoais, juntando conteúdos, canais e plataformas de acordo com os seus gostos e vontades. Quase duas décadas depois, esta realidade ganha dimensão, em especial junto da população mais jovem. Nascida e/ou criada dentro de uma bolha tecnológica evoluída, as gerações must see tornam-se proficientes na escolha e acesso dos/aos conteúdos e, em consequência, na satisfação imediata das suas necessidades informativas e recreativas. De forma ainda atual, o autor previa que os mais velhos mantivessem uma relação estreita com a televisão e com o televisor, transformando o flow de Raymond Williams (1974) numa estratégia mais da recepção do que da própria produção. Se este cenário, marcado pela diversificação de fontes de acesso, aumento da oferta e aprimoramento técnico dos devices, flexibiliza e potencia o consumo, cresce a pressão e a exigência junto das entidades produtoras. Confrontadas com um ambiente mediático sem fronteiras definidas, onde a internet ganha o estatuto de medium ao viabilizar experiências e conteúdos de forma direta (Johnson, 2019), estas têm de escolher as “guerras”, as “armas” e as “tácticas”, de acordo com a sua natureza, posicionamento, recursos e objetivos de mercado para a tomada de decisões.

Ciclicamente, a tecnologia potencia a emergência de novos objetos culturais (Manovich, 2001), num processo de convergência mediática (Meikle & Young, 2012), tornando-se determinante atentar, para lá das plataformas de produção e distribuição e das formas de acesso, ao entorno técnico e aos impactos sociais. Neste sentido, e numa abordagem aos desenvolvimentos da última década, tem de se olhar criticamente, por exemplo, os princípios da Inteligência Artificial para melhor compreender as implicações das buzzwords automação, algoritmo e sistemas de recomendação quando usadas numa referência às plataformas de streaming de vídeo, às redes sociais digitais ou mesmo aos projetos editoriais digitais. Em paralelo, é importante destrinçar e analisar os efeitos sociotécnicos da sua utilização nos processos de decisão, nos níveis de envolvimento dos utilizadores (com as plataformas e conteúdos), nas performances mercadológicas e, de uma forma mais lata, nas implicações da potencial dataficação da vida e dinâmicas sociais (Møller Hartley et al., 2021; Couldry, 2020; Van Dijck, 2014).

O contexto descrito tem vindo a moldar aquilo que se entende por televisão (Lotz, 2007, 2017, 2018, 2021, 2022), mas também por audiovisual e multimédia enquanto conceitos. A junção do som e da imagem em movimento, embora conectada de forma direta ao pequeno ecrã, representa aparatos e conteúdos a operar em simultâneo de uma forma mais alargada e marcadamente inter, multi e trans media. Estas dinâmicas têm, ainda, de ser perspetivadas e trabalhadas de acordo com os campos sociais em que se efectivam e os habitus dos diferentes grupos sociodemográficos (Bourdieu, 1976) e com os ambientes geográficos e culturais em que operam, tendo em conta as oportunidades e constrangimentos proporcionados pelos contextos de globalização (Giddens, 1995; Featherstone et al, 1995), assim como pelas ideias de mobilidade, representações e identidades (Morley, 2000; Hall, 1997; Hall & du Gay, 1996).

Objetivos e enfoques pretendidos

Tendo como pano de fundo estas linhas de pensamento, o dossiê temático “Estudos em Audiovisual e Multimédia” aceita contribuições que cruzem diferentes experiências de produção/criação e recepção, entre outras, nas seguintes áreas temáticas:

• Pós-Televisão e “ecranização” da sociedade
• Plataformas de streaming audiovisuais: produção, distribuição e consumos
• Conteúdos multimédia e ludificação
• Plataformização do gosto
• Automação e Big Data
• Algoritmos e Literacia Algorítmica
• Audiovisual, Representações e Identidades
• Regulação/regulamentação dos novos ambientes mediáticos
• Medição de audiências, estudos de recepção, fandom
• Produção audiovisual e sustentabilidade (green production)
• Novas narrativas dos media: géneros, formatos, estratégias
• Linguagem e práticas multimédia (universos narrativos)
• Jogos Digitais Interativos
• Realidade Virtual, Aumentada e Realidades Mistas
• Arquivo(s) e Memória(s)
• Práticas imersivas (jornalismo, entretenimento, ficção)

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 15 de setembro de 2022
Data limite para a submissão de artigos: 15 de janeiro de 2023
Entrega das versões finais: 15 de maio de 2023
Data de publicação do número: 30 de junho de 2023

Submissão dos artigos:
A submissão de artigo deve ser feita através da plataforma https://journals.ipl.pt/cpublica/index . É necessário que os autores se registem no sistema antes de submeter um artigo; caso já tenha se registado basta aceder ao sistema e iniciar o processo de 5 passos de submissão.

Os artigos devem ser submetidos através do modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública (https://static.escs.ipl.pt/old/pdfs/investigacao/comunicacao_publica/CPublica-ESCS-Modelo.docx). Para mais informações sobre a submissão consultar Informação para Autores (https://journals.ipl.pt/cpublica/information/authors) e Instruções para Autores (https://journals.ipl.pt/cpublica/about/submissions).

 


[ Informação Maria João Barata, ISMT ]

Chamada de artigos – Novo número da Revista Interações

Estão abertas as submissões para o novo número da Revista Interações publicada pelo Instituto Superior Miguel Torga. A revista publica trabalhos inéditos que apresentem resultados de investigação e/ou reflexão teórica nos diferentes campos das Ciências Sociais e Humanas.
Numa perspetiva editorial interdisciplinar, o objetivo prioritário da Interações é propiciar a reflexão e difusão de conhecimento em áreas das Ciências Sociais e Humanas. A revista aceita artigos de investigação científica, resenhas e ensaios críticos, em português, inglês e espanhol.
A Interações rege-se pelo padrão de revisão double-blind review, garantindo o anonimato de revisores e autores durante todo o processo de revisão.

Deadline para submissão de artigos: 18 de outubro
Notificação de aceitação: 21 de novembro
Publicação: dezembro de 2022
Qualquer dúvida deve ser endereçada por email: interacoes@ismt.pt

Os artigos devem ser submetidos através do site: https://interacoes-ismt.com
As normas de publicação e outras instruções para autores podem ser consultadas no site da revista: https://interacoes-ismt.com/index.php/revista/submissoes

 


[ Informação ComTextos ]

Submissão de Working Papers ComTextos

ComTextos é uma publicação eletrónica do polo da Universidade do Minho do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, destinada aos investigadores do CICS.NOVA, e direcionada para a divulgação de trabalhos de investigação em curso – working papers, com o objetivo de potenciar a discussão e prossecução de trabalhos de pesquisa.

Aceitam-se submissões de textos, em vários formatos, não publicados, tais como textos que resultem de trabalhos conducentes à elaboração de dissertações/projetos de intervenção, artigos cuja discussão de dados ou maturação da perspetiva teórica esteja numa fase intermédia, comunicações resultantes de encontros científicos que os seus autores pretendam ver publicadas.

Os artigos submetidos deverão ser enviados para comtextos_cics@ics.uminho.pt.

Normas para apresentação de textos

– Os textos devem ter uma extensão mínima de 6000 palavras e uma extensão máxima de 25.000 palavras, incluindo bibliografia, notas, esquemas, tabelas, gráficos e/ou figuras.
– As propostas devem ser redigidas em Português ou Inglês. Caso se justifique, poderão ser aceites propostas redigidas em Espanhol ou Francês.
– Em termos de formatação, os textos devem ser redigidos em Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5. Devem ser enviados em ficheiro Word único quando não existam tabelas, esquemas, gráficos ou figuras. Caso exista algum destes elementos, deve(m) ser enviado(s) em ficheiro separado, com indicação, no ficheiro de texto, de qual o local em que deve(m) ser inserido(s), em formado jpg. ou png.
– As propostas devem ser acompanhadas de um resumo em Português e outro em Inglês, com um máximo de 200 palavras, bem como de três a cinco palavras-chave. Para além disto, dados de identificação do/a autor/a devem ser fornecidos, nomeadamente, o nome, a afiliação institucional, o contacto eletrónico e uma biografia até 100 palavras.
– Quanto às normas de citação e referenciação, para citar autores/as no texto ou listar as referências bibliográficas completas, deverá seguir-se a NP 405 (mais informação aqui: https://guias.sdum.uminho.pt/c.php?g=664313&p=4703138).
– Os textos devem ser enviados para o endereço eletrónico comtextos_cics@ics.uminho.pt, com o assunto “submissão de working paper ComTextos”.

Os/as autores/as devem também ter em conta que:

– Os textos enviados serão submetidos a apreciação por parte da comissão editorial, estando a sua aceitação para publicação dependente dos padrões de qualidade e mérito científico demonstrados.
– A publicação do working paper não implica a perda de liberdade de submissão do mesmo texto, na sua versão definitiva, para avaliação em revistas nacionais ou internacionais, com ou sem arbitragem científica. Caso os textos venham posteriormente a ser publicados em qualquer outro formato (artigos, capítulos de livros, relatórios técnicos, entre outros), a comissão editorial da ComTextos deve ser informada e ter acesso à referência completa da publicação para efeito de inclusão dessa informação no working paper. A comissão editorial reserva-se o direito de manter o working paper online, mesmo que uma versão definitiva do texto seja publicada noutro formato.
– Uma vez publicados na ComTextos, os textos podem ser livremente citados, sem necessidade de autorização prévia por parte do/a(s) autor/a(es/as).

 


[ Informação Let’s Talk About Ageing ]

Let’s Talk About Ageing – Multidisciplinary Congress

Hybrid event | November 11th and 12th, 2022

A multidisciplinary congress with the aim of an even broader view and growing in number and quality.

ABSTRACT SUBMISSION
Until September 30th!
Proceedings publication with ISBN
+info: https://ageing.eventqualia.net/pt/2022/inicio/resumos/apresentacao-de-resumos/

Early Registration until October 20th!
+info: https://ageing.eventqualia.net/pt/2022/inicio/