[ Informação APS_ST Conhecimento, Ciência e Tecnologia ]
Chamadas de trabalhos para a Escola de Outono e a VI Conferência Rumos da Sociologia do Conhecimento e da Tecnologia “Construir pontes em tempos de crise: Partilha de conhecimento sobre ciência e tecnologia” | Extensão do prazo
(novembro – Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa)
O evento contará com a presença de Maria do Mar Pereira (University of Warwick) e Tiago Saraiva (University of Drexel) como oradores convidados.
Mais informações em https://stnr.aps.pt/conhecimento-ciencia-tecnologia/rumos/
[ Informação Revista Comunicação Pública ]
Call for Papers – Revista Comunicação Pública, Número 37 (novo prazo)
A revista Comunicação Pública é um projeto editorial de raiz multidisciplinar destinado à publicação de trabalhos de investigação, ensaios teóricos e notas críticas que façam das formas de comunicação humana o seu tema de reflexão.
Até 1 de setembro de 2024, encontra-se aberta a chamada para a submissão de artigos para o próximo número:
Comunicação Pública n.º 37 (dezembro de 2024)
Dossiê temático: Cultura digital: mediatização, vigilância e espaço público
Editores: Silvia Valencich Frota (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e Nuno Medeiros (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
Abstract
As transformações da cultura, promovidas quer pelo digital quer pelo desenvolvimento dos media e dos sistemas de informação e comunicação, representam um dos grandes desafios das sociedades modernas. Entender tais mudanças e os seus impactos, muitas vezes profundos, torna-se parte do quotidiano, não só de profissionais da comunicação, mas de todos nós, cidadãs e cidadãos. Que desafios, riscos e oportunidades afloram? Que novos espaços públicos de interação e socialização estão a ser promovidos? A partir de uma abordagem transdisciplinar, o objetivo deste dossiê é promover a reflexão sobre o impacto dessas novas tecnologias numa sociedade marcada, por um lado, pela abundância de informação e dados e, por outro, por uma profunda e generalizada crise de confiança, com todo o potencial de rutura e instabilidade associado a ela.
Descrição e enquadramento
Pensar as sociedades contemporâneas implica, em alguma medida, mapear, compreender e analisar os complexos sistemas de informação e comunicação, que simultaneamente as estruturam e são estruturados por elas. Este emaranhado de redes, com os seus múltiplos nós e ligações, possibilita e estimula a circulação de dados, ideias, objetos e pessoas, transformando a noção de espaço e a de tempo, imbricando-as e desafiando-as (Castells, 2009).
A comunicação torna-se cada vez mais ubíqua, alcançando os mais ínfimos espaços e práticas da vida em sociedade, desde a esfera mais íntima à mais visível e disseminada publicamente. Nesse sentido, o conceito de mediatização, conforme proposto por Hjarvard (2013), parece oportuno ao acentuar a capacidade de transformação das instituições sociais promovida pelo (mas também promotora do) desenvolvimento dos media, que, por sua vez, se passam a constituir como uma instituição per se.
O acelerado – e, apesar da denominada fratura digital (Furtado, 2012), presumivelmente irreversível – processo de digitalização é parte relevante deste cenário. A cultura digital conquista territórios e mentes, mas é preciso pensar além dela. Mais do que a cultura digital, interessa conhecer, analisar e refletir sobre a cultura do digital, ou seja, sobre os novos valores, visões de mundo, formas de relacionamento e processos de construção de significados promovidos direta e indiretamente pelo digital, e sobre os modos plurais como se inscrevem nas – e inscrevem as – estruturas sociais, culturais, económicas e políticas da existência e interação humanas (Arditi e Miller, 2019).
Nesta dupla inscrição engendra-se um espaço de tensão entre as culturas – e estruturas – de liberdade, e as culturas – e estruturas – de vigilância, ambas escoradas num cenário atual marcado, entre outros traços definidores, pela hiperconexão, superdiversidade e centralidade dos dados na vida contemporânea e pelas problemáticas que deles decorrem, designadamente no quadro das suas expressões públicas. Que novos espaços públicos são possíveis? Como se caracterizam? Que novas oportunidades e riscos afloram? Que novos agentes neles participam? Que novas relações de força são estabelecidas?
O poder – e a correspondente responsabilidade – das grandes plataformas de tecnologia tem sido bastante questionado, especialmente no âmbito de debates sobre desinformação e regulamentação. Mas há muitos outros temas emergentes, como os riscos associados ao desenvolvimento da inteligência artificial, as novas formas de assimetria e desigualdade e/ou polarização e violência promovidas pela lógica de algoritmos que rege as redes sociais, o deslaçamento social e o enfraquecimento da eficácia das relações em campos como o laboral ou o educativo, entre tantos outros.
Objetivos e enfoques pretendidos
Adotando-se como ponto de partida um diálogo interdisciplinar assente na articulação de áreas tão diversas como os estudos de cultura e comunicação, a sociologia, os estudos literários, a antropologia, os estudos políticos, a economia, os estudos editoriais, entre outras, o objetivo deste dossiê é promover a reflexão sobre o impacto dos novos sistemas de informação e comunicação numa sociedade marcada, por um lado, pela abundância de informação e dados, e, por outro, por uma profunda e generalizada crise de confiança, com todo o potencial de rutura e instabilidade associado a tal cenário.
Lista de subtemas possíveis:
– Hiperconexão, superdiversidade e cidadania na era das redes
– Memória digital, direito ao esquecimento e o papel dos media
– Inteligência artificial, pós-humanismo e tecnologia
– Vigilância, discriminação e algoritmos
– Nacionalismo, cosmopolitismo e globalização nos/dos media
– Nacionalismos, identidades e cidadania na era digital
– Decolonialismo, media alternativos e representação
– Media, cidadania e produção cultural
– Confiança, pós-verdade e desinformação
– Infocracia, capitalismo de vigilância, capitalismo de plataformas
– Hipercultura, cibercultura e a virtualização do real
– Convergência, disjunção e sobreposição entre o digital e o impresso
– Transmediatização, intermedialidade e transposição mediática da obra
Referências Bibliográficas
Arditi, D., Miller, J. (eds.) (2019). The Dialectic of Digital Culture. Lexington Books.
Castells, M. (2009). The Communication Power. Oxford University Press.
Couldry, N. (2012). Media, society, world: social theory and digital media practice. Polity Press.
Furtado, J.A. (2012). Uma Cultura de Informação para o Universo Digital. Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Han, B.C. (2022). Hyperculture: Culture and Globalization. Polity Press.
Hjarvard, S. (2013). The Mediatization of Culture and Society. Routledge.
Lemos, A. (2023). Cibercultura. Tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Editora Sulina.
Rabinovitz, L., Geil, A. (eds.). (2004). Memory Bytes: History, Technology, and Digital Culture. Duke University Press.
Santaella, L. (2022). Neo-Humano: a Sétima Revolução Cognitiva do Sapiens. Paulus.
Zuboff, S. (2019). Surveillance Capitalism: The Fight for a Human Future at the New Frontier of Power. PublicAffairs.
DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 26 de fevereiro de 2024
Data limite para a submissão de artigos: 1 de setembro de 2024
Data de publicação do número: 15 de dezembro de 2024
Submissão dos artigos:
A submissão de artigo deve ser feita através da plataforma https://journals.ipl.pt/cpublica/index . É necessário que os autores se registem no sistema antes de submeter um artigo; caso já tenha se registado basta aceder ao sistema e iniciar o processo de 5 passos de submissão.
Os artigos devem ser submetidos através do modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública. Para mais informações sobre a submissão consultar Informação para Autores (https://journals.ipl.pt/cpublica/information/authors) e Instruções para Autores (https://journals.ipl.pt/cpublica/about/submissions).