2 de novembro de 2018 — Porto, Anfiteatro Nobre da Faculdade de Letras da Universidade do Porto – Entrada Livre
O Tratado de Vestefália fez com que o mapa político da Europa, a partir do século XVII, estabelecesse uma correspondência entre nação e territó-rio e religião. Se a situação de proximidade do poder político e de mono-pólio do sagrado colocou o cristianismo, nas suas vertentes católica e pro-testante, numa situação privilegiada, a prazo, as igrejas nacionais foram as mais afetadas pela secularização.
Hoje, a par do enfraquecimento dos monopólios religiosos e do aumento de visões do mundo mais seculares, ou da diminuição da prática e da cren-ça religiosa, assiste-se à reemergência global da religião como força políti-ca e cultural no domínio público, mesmo dentro do ocidente secularizado.
Este novo tipo de presença da religião no domínio público tem sido de-signada como uma era pós secular (Habermas, 2009) e alerta para o facto de muitos países europeus serem desafiados a lidar com a continuidade da existência de comunidades religiosas em ambientes cada vez mais secula-rizados. As dicotomias típicas da modernidade, entre o público e o privado, o secular e o religioso, o profano e o sagrado são cada vez mais frágeis.
Portugal, mesmo preservando uma homogeneidade religiosa forte, cor-poriza também as novas tendências. Temos migrações, temos religiões com forte marca étnica e/ou nacional, temos a diversidade católica, os evangélicos e outras religiões a adquirir novas formas de visibilidade e de intervenção. E temos, também, a efervescência das redes sociais, fenóme-no transversal a qualquer igreja e grupo religioso.
Comissão Organizadora
Helena Vilaça
Isabel Morujão
Francisco Topa