A Associação Portuguesa de Sociologia tem uma particular preocupação com os perfis profissionais dos sociólogos/as, procurando sensibilizar as entidades empregadoras para a mais valia que existe na contratação destes profissionais, particularmente num período de crise como o que atualmente vivemos, em que se evidenciam quer as causas, quer as consequências sociais de uma pandemia que avoluma desigualdades sociais de diversa índole.

Nesse sentido enviámos a todos/as os/as Presidentes dos Municípios do país a mensagem que segue em baixo.

É com muito gosto que damos conta da recepção positiva a esta carta por parte dos Municípios de Lisboa, Oeiras, Tomar, Ribeira Grande, Elvas, Cascais, Loures, Águeda e Silves, e informamos que num destes municípios foi muito recentemente recrutada uma licenciada em Sociologia para exercer funções no Serviço de Ação Social.

Aproveitamos ainda para registar aqui que recentemente uma instituição de solidariedade social, após uma mensagem da Associação Portuguesa de Sociologia, refez um anúncio de contratação passando a incluir a admissão da formação em Sociologia (que se encontrava omissa) para além da formação em outras áreas igualmente habilitadas para as funções em causa, permitindo assim um concurso justo e equitativo para todo/as os/as profissionais habilitados para exercer as funções naquele caso indicadas.


Exmº/Exmª Senhor/Senhora Presidente

Município

A Associação Portuguesa de Sociologia tem uma particular preocupação com os perfis profissionais dos sociólogos/as, procurando sensibilizar as entidades empregadoras para a mais valia que existe na contratação destes profissionais, particularmente num período de crise como o que atualmente vivemos, em que se evidenciam quer as causas, quer as consequências sociais de uma pandemia que avoluma desigualdades sociais de diversa índole.
Gostaríamos de salientar os seguintes domínios de atuação:

1. Os/as sociólogos/as são qualificados para pensar e intervir nos contextos urbanos e rurais, com competências específicas para equacionar as dinâmicas territoriais que configuram o nosso país. Neste sentido, são profissionais indispensáveis em projetos de intervenção à escala local.

2. Os/as sociólogos/as podem desempenhar funções de mediação e intervenção sócio escolar nos territórios educativos, envolvendo escolas, famílias, alunos, associações, empresas e outros parceiros relevantes na prevenção e reparação de conflitos, na promoção de dinâmicas culturais, na identificação e acompanhamento de percursos de abandono e insucesso escolar, etc. Existe já hoje um valioso património de saber e prática que confirma a pertinência deste lembrete.

3. Os/as sociólogos/as, devido às competências relacionais e culturais adquiridas, participam ativamente em medidas e projetos de animação cultural comunitária, motivando e envolvendo as populações.

4. Os/as sociólogos/as estão preparados para desenvolver projetos transversais e interdisciplinares nos domínios da cidadania e do desenvolvimento.

5. Os/as sociólogos/as possuem competências para acompanhar percursos de risco ou vulnerabilidade, identificando não só a cadeia de processos sociais que os moldam, como propondo medidas de inserção e qualificação.

6. Os/as sociólogos/as estão completamente à vontade na recolha e tratamento de informação, quer em moldes quantitativos, quer em moldes qualitativos, mobilizando sofisticados programas de análise de informação. De igual modo, estão capacitados/as para elaborar diagnósticos e fazer avaliações de projetos.

Estamos ao seu dispor para esclarecer quaisquer questões que possam surgir acerca da mobilização do saber-fazer sociológico dentro da margem de autonomia e atuação das autarquias.

Com os melhores cumprimentos,
Prof. Doutor João Teixeira Lopes
Presidente
Associação Portuguesa de Sociologia