[ Informação CES Informa ]
Encontro «Encontro Interdisciplinar sobre o Testemunho», por Brian O’Neill, Elsa Lechner (CES), Gonçalo Marcelo (UC/UCP), Júlia Garraio (CES), Miguel Vale de Almeida (ISCTE-IUL), Susana de Noronha (CES), Teresa Cunha (CES) e Teresa Toldy (CES)
24 de março – 10h00 – Lisboa, CES-Lisboa (Picoas Plaza, Rua Viriato – 13, Lojas 117/118)
Enquadramento

Este encontro organizado como um dia de conferências e debates abertos ao público, visa discutir o estatuto epistemológico do Testemunho em diversas disciplinas das ciências sociais e humanidades. Sendo um tema tradicionalmente tratado pela filosofia, o testemunho adquire sentidos diferentes na própria disciplina filosófica e segue reapropriado por enquadramentos teóricos de outras disciplinas, revelando-se crescentemente pertinente e premente ponderar sobre as teorias e práticas testemunhais dos nossos dias a partir de campos do saber distintos.

O desafio que lançamos ao painel diversificado de oradores convidados é pensar o relevo do testemunho no presente das suas áreas de investigação, de forma a refletirmos em conjunto sobre o seu peso e estatuto no contexto histórico, social e político atual, marcado por um “estado de exceção” à escala mundial.

Se as teorias do testemunho se tornaram uma referência no pensamento do pós-segunda guerra mundial e pós-Holocausto – sobretudo pela mão de Primo Levi (Se Isto é um Homem, 1947) e nas reflexões posteriores de Giorgio Agamben (Remnants of Auschwitz: the witness and the archive, 2002) -, o mundo de hoje dá-nos razões de sobra para as revisitarmos no sentido de tentar compreender o incompreensível, o contraditório e o inimaginável. As violações quotidianas dos direitos humanos, a indústria da guerra fomentada por países ditos civilizados, a indústria securitária promovida por países democráticos, os volumes crescentes de migrações forçadas e de negócios ilegais de exploração da vulnerabilidade humana (tráfico, passagens clandestinas, exploração no trabalho, etc.), são o cenário quotidiano de lutas pela sobrevivência e dignidade por parte de um número crescentemente relevante de pessoas no planeta. Estas carregam o peso – pago com as suas próprias vidas e estados de vida -, de serem as guardiãs de uma verdade que, em si mesma, desmonta os preceitos e procedimentos da ordem dominante que lhes desordena as existências.

Partindo da dupla valência do testemunho identificada por Oliver (Witnessing: Beyond Recognition, 2001), entre agência (aquele que viu, testis) e subjetividade (o que viveu), propomos uma reflexão contemporânea interdisciplinar sobre a tensão entre testemunho como prova (histórica, jurídica, científica), e testemunho como verdade ou experiência vivida pelos sujeitos sociais. Pretendemos estimular uma discussão multivocal sobre a relação entre posições de sujeito involuntárias e subjetividade voluntária sob o pano de fundo das teias históricas e políticas características do capitalismo tardio. Que agência é possível no testemunho dos “renegados da Terra” de hoje? Que subjetividade pode ser veiculada através de testemunhos de quem vive a experiencia da negação da sua própria identidade ou dignidade?

Entre a finitude dos contextos históricos onde se situam as diferentes posições de sujeito, e a potencialidade humana para a responsabilização perante si e os outros, este Encontro sobre o Testemunho busca trazer um contributo criativo e interdisciplinar ao pensamento sobre os impasses éticos e biopolíticos dos nossos dias.

Este evento é de entrada livre, mas de inscrição obrigatória.


Seminário «A economia guajajara pelos olhos das mulheres», por Luciane Lucas dos Santos (CES)
28 de março – 17h00 – Coimbra, Sala 1 do CES-Coimbra
Comentadora: Teresa Cunha (CES).


Roda de Diálogos «Repensar as configurações da bíblia na vida das mulheres a partir de uma hermenêutica feminista», por Isabel Felix (CES) e Teresa Toldy (CES)
29 de março – 15h00 – Coimbra, Sala 2 do CES-Coimbra
Resumo

Podemos afirmar que é consenso entre os movimentos e teologias feministas que a bíblia é um livro androcêntrico e misógino, tendo sua origem em sociedades e culturas patriarcais e redigido por uma elite de varões, através de linguagem patriarcal. Porém precisamos levar em conta que há ambiguidades tanto nos próprios textos bíblicos como nos usos que se fazem deles. Por um lado, a bíblia é utilizada há séculos para inculcar e legitimar relações de dominação. Por outro lado, encontramos comunidades e movimentos políticos e religiosos em várias partes do mundo onde a bíblia é um instrumento de inspiração nas lutas cotidianas e estruturais por uma vida mais digna.

A partir desta constatação podemos dizer que a bíblia funciona tanto para justificar e conservar os sistemas de dominação como para desmontá-los e transformá-los. Por isso, não podemos deixar de levar em conta que a bíblia exerceu e exerce influência e poder tanto positivo quanto negativo na vida de muitas mulheres e homens. Essa influência não se dá somente através dos textos bíblicos, mas também pela maneira como esses textos são lidos e interpretados.

Esta Roda de Diálogos tem o objectivo de ser um espaço aberto e democrático que terá como ponto de partida a troca e análise das experiências entre as pessoas participantes sobre as influências que a bíblia tem exercido sobre a vida das mulheres. Em seguida, iremos fazer uma análise teológica feminista crítica do texto “E não sou uma mulher?” de Sojourner Truth, uma mulher abolicionista do Séc. XIX, defensora dos direitos das mulheres inserseccionado com a classe, a raça, o sexo e a religião. Faremos isso através de três passos metodológicos: 1) análise da localização social de Sojournet Truth, 2) análise das estratégias de desconstrução e reconstrução utilizadas por Sojournet para  questionar visões, valores, racismo, prescrições de papéis  sexuais, de género, culturais e religioso-bíblico. 3) E por fim como podemos estender esta análise crítica feminista às questões de racismo e xenofobia em relação aos refugiados e migrantes em contexto europeu?


[ Informação IDN Relações Públicas ]
IDN Seminars: «Brexit: consequences for the EU, the NATO and Portugal»
28 de março – 10h00 – Lisboa, Auditório 1 do Instituto de Defesa Nacional
Entrada livre.
Inscrições em http://www.idn.gov.pt/index.php?mod=8000&id=159


[ Informação Daniela Santos, Gabinete de Comunicação e Planeamento do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL) ]
Conferência doutoral «On the Road to Permissiveness? Change and convergence of moral regulation in europe», por Christoph Knill (Ludwig-Maximilians-Universitat Munchen)
30 de março – 18h00 – Lisboa, Aud. B203 – Edifício II do ISCTE-IUL


Conferência «A História do turismo balnear», por Pedro Martins (FCSH-UNL)
30 de março – 18h00 – Lisboa, Aud. J.J. Laginha – Edifício Sedas Nunes do ISCTE-IUL


[ Informação Elizabete Queiroz, Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto ]
Conferência «As sexualidades humanas: quebremos tabus», por Andi Pereira
5 de abril – 15h30 – Porto, Sala 201 da Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Entrada livre.