[ Informação Projeto CROME ]

Lançamento do livro “Espectros de Batepá. Memórias e narrativas do «Massacre de 1953» em São Tomé e Príncipe”, de Inês Nascimento Rodrigues (CES)
30 de junho – 16h00 – Coimbra, Cena Lusófona (Pátio da Inquisição)

A apresentação do livro será feita por Catarina Martins (CES/FLUC) e Diana Andringa (CES), cabendo a moderação a Bruno Sena Martins (CES).

Notas sobre a obra

“Espectros de Batepá” resulta de um projecto de doutoramento elaborado no âmbito do programa de ‘Pós-Colonialismos e Cidadania Global’ do Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (CES/FEUC) e do trabalho desenvolvido no projecto “CROME – Memórias Cruzadas, Políticas do Silêncio: as guerras coloniais e de libertação em tempos pós-coloniais”, do qual Inês Nascimento Rodrigues é investigadora.

Nesta obra – adianta a autora no texto de apresentação – o massacre de 1953 em São Tomé e Príncipe é “encarado não apenas como um evento histórico, mas como um evento cuja dimensão simbólica necessita de ser trazida para o centro da investigação”. “Na impossibilidade de aceder totalmente ao que constituiu a experiência do massacre – explicita –, é através da imaginação e das representações que se podem contar múltiplas memórias do evento”: as que “legitimam as narrativas públicas e/ou oficiais” e outras, “que fazem parte de um processo mais inclusivo, em que se criam espaços discursivos, simbólicos e políticos que permitem articular memórias não-dominantes sobre os referidos acontecimentos”. É aqui que entra a figura do espectro: “O que é que os espectros contam sobre as memórias de Batepá e sobre o colonialismo português nas ilhas? O que é que revelam sobre as relações de poder e sobre a sociedade colonial? O que é que os espectros dizem sobre identidades sociais e grupos marginalizados no arquipélago? Quem escreve o massacre e quem o comemora? Como são desenhados Portugal e São Tomé e Príncipe nestas representações?” – eis algumas das questões a que Inês Nascimento Rodrigues procura responder com o seu trabalho.

Com prefácio de António Sousa Ribeiro (CES/FLUC) e posfácio de Miguel Cardina (CES), o livro é o segundo volume da coleção Memoirs das Edições Afrontamento.

 


 

[ Informação Clara Cabral, ICS-ULisboa ]

ICS-ULisboa: Novidades Editoriais

Sustentabilidade. Primeiro Grande Inquérito em Portugal
Luisa Schmidt
Mónica Truninger
João Guerra
Pedro Prista

Este livro resulta do primeiro grande inquérito realizado à escala nacional sobre o tema da sustentabilidade. As ruturas ambientais e sociais resultantes do modelo de crescimento económico prevalecente têm-se feito sentir de forma progressiva em todo o mundo nos últimos anos, sobretudo a partir da crise financeira mundial de 2008, com particulares repercussões em Portugal entre 2011 e 2014. Nunca os valores da sustentabilidade foram tão decisivos e nunca estiveram em situação tão crítica como agora. Trata-se de procurar a transição para modelos de economia mais inteligentes que garantam políticas de regeneração e de desenvolvimento construtivas não só do ponto de vista económico, como ambiental, social, político e ético. Portugal é um laboratório fascinante nesta matéria por ter atravessado, nas últimas quatro décadas, mudanças rápidas com impactos na vida quotidiana dos cidadãos. O livro leva-nos a conhecer modos de vida e hábitos de consumo dos portugueses, identificando áreas onde se tornam prioritárias ações de informação, sensibilização e mobilização e fornecendo pistas para definir estratégias de atuação no sentido de um desenvolvimento sustentável assente numa relação mais equilibrada entre sociedade e natureza.

Autores:
Luísa Schmidt, socióloga, é investigadora principal do Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa, coordenadora do Observa e membro do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS).
Mónica Truninger, socióloga, é investigadora auxiliar do Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa, membro da equipa do Observa e do Grupo de Investigação em Ambiente, Território e Sociedade do ICS, Universidade de Lisboa.
João Guerra, sociólogo, é investigador de pós-doutoramento no Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa, membro da equipa do Observa e do Grupo de Investigação em Ambiente, Território e Sociedade do ICS, Universidade de Lisboa.
Pedro Prista, antropólogo, é professor auxiliar do ISCTE-IUL, membro do CRIA-ISCTE-IUL, investigador associado do Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa e membro fundador do Observa.

O livro poderá ser encomendado através do e-mail imprensa@ics.ul.pt no caso das livrarias e através da nossa loja online em: https://www.imprensa.ics.ul.pt/ caso se trate de compradores individuais.

PVP: 15,00€ – Nosso preço: 13,50€

 

Rui Gomes Coelho
O Arqueólogo Cordial
A Junta Nacional de Educação e o Enquadramento Institucional da Arqueologia Portuguesa durante o Estado Novo (1936-1974)

O Estado Novo, uma ditadura de cariz fascista, foi marcado pelo corporativismo. De acordo com os seus princípios, a nação correspondia a uma sociedade organicamente hierarquizada que o Estado deveria espelhar e regular através das suas instituições. A Junta Nacional da Educação veiculou a atitude corporativa e foi instituída de forma a representar cada grupo de agentes culturais no país, incluindo organizações que promoviam investigação arqueológica. Paralelamente à criação da Junta, o Estado tomou uma série de iniciativas legislativas em torno do património cultural, através das quais procurou envolver todos os que nele estivessem interessados. Assim, o Estado patrocinou uma comunidade arqueológica inspirada pelo mito corporativo e articulada por uma economia de afetos que teve consequências de longa duração. Tudo isso correspondeu à emergência do «arqueológo cordial», o arqueólogo cujo coração governou tanto a sua vida pessoal como os seus projetos. De modo a explicá-lo, analisamos legislação e documentação associadas às atividades da Junta, assim como debates, conversas e histórias produzidas entre arqueólogos no decurso de cerca de quarenta anos.

Autor:
Rui Gomes Coelho é arqueólogo e trabalha no programa de Cultural Heritage and Preservation Studies do Departamento de História de Arte de Rutgers University, Estados Unidos. Formou-se na Universidade Nova de Lisboa como arqueólogo e historiador, tendo aí obtido a licenciatura (2005) e o mestrado (2010). Fez o doutoramento (2017) em Antropologia em Binghamton University, Estados Unidos. Dedica-se à arqueologia moderna e contemporânea, à história social da arqueologia e aos estudos críticos do património

O livro poderá ser encomendado através do e-mail imprensa@ics.ul.pt no caso das livrarias e através da nossa loja online em: https://www.imprensa.ics.ul.pt/ caso se trate de compradores individuais.

PVP: 15,00 € – Nosso preço: 13,50 €

 

Isabel dos Guimarães Sá

O Regresso dos Mortos
Os Doadores da Misericórdia do Porto e a Expansão Oceânica (Séculos XVI-XVII)

Este livro narra um conjunto de micro-histórias de doadores que beneficiaram a Misericórdia do Porto a partir dos territórios da expansão ibérica, ou que, testando a partir da cidade, revelam contactos com os mundos transoceânicos. Centrada nos séculos XVI e XVII, a análise visa dois objetivos principais: compreender as transformações das estruturas familiares operadas pela emigração para os impérios ibéricos, e o modo como a cultura material dos portuenses foi afetada pelo consumo de objetos e substâncias de proveniência colonial. Reflete-se sobretudo sobre os processos de conversão de diferentes géneros de bens (terra, casas, objetos, dinheiro) em bens de natureza espiritual destinados à salvação da alma.

Autora:
Isabel dos Guimarães Sá doutorou-se em 1992 no Instituto Universitário Europeu (Florença) e exerce atualmente as funções de professora associada com agregação no departamento de História da Universidade do Minho. Integra ainda o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da mesma universidade. Os seus temas preferenciais de investigação incidem sobre a história social e religiosa de Portugal e do seu império entre os séculos XVI e XVIII.
O livro poderá ser encomendado através do e-mail imprensa@ics.ul.pt no caso das livrarias e através da nossa loja online em: https://www.imprensa.ics.ul.pt/ caso se trate de compradores individuais.

PVP: 22,00 € – Nosso preço: 19,80 €

 


 

[ Informação do autor ]

Livro “A Greve Geral de 1903 no Porto. Um Estudo de História, Comunicação e Sociologia”, de Eduardo Torres (Edições Afrontamento, Porto)

Trata-se de uma monografia resultante de investigação ao longo de mais de 15 anos, dedicada a um evento singular da história do movimento operário português, dos movimentos sociais e da cidade do Porto. A greve geral coincidiu com a crise do modelo político dos anos finais da monarquia e com a decadência do socialismo marxista e a ascensão dos libertários ou anarquistas.

A greve tornou-se um evento político no centro do espaço público, físico (o centro da cidade) e virtual (a opinião pública), assumindo a imprensa chamada burguesa do Porto um papel invulgar no apoio aos grevistas.

Nas suas 446 páginas, o livro é composto por uma introdução, sete capítulos e uma breve conclusão.
Os três primeiros capítulos contextualizam a cidade do Porto, a indústria têxtil, os industriais, os sindicatos e o movimento operário no país e no Porto, a situação política e as forças repressivas que actuaram durante a greve geral, permitindo um melhor entendimento dos acontecimentos de Maio a Agosto de 1903.
O quarto capítulo, sobre a greve geral propriamente dita, é o mais longo. Caracteriza passo a passo os acontecimentos, estabelecendo o que era próprio do tempo, em Portugal e noutros países, e o que foi inovador. O quinto capítulo é dedicado às acções de multidão na cidade, que parecem marcadas pela inovação nos movimentos sociais, e não só em Portugal.
Essas alterações deveram-se, em boa medida, à acção da imprensa portuense, que, à época, no seu conjunto, seria mais dinâmica e profissionalizada do que a de Lisboa. O sexto capítulo descreve a imprensa do Porto em 1903, com dados novos, detalha e analisa o seu papel nos acontecimentos daqueles meses de greve.
O último capítulo analisa o impacto da greve geral na literatura.

O livro tem 126 imagens, muitas das quais a cores, e que na esmagadora maioria, para não dizer na totalidade, não vêem a luz do dia há mais de um século. A minha procura intensa de imagens visou acrescentar conhecimento e entendimento da época. Uma cronologia de 15 páginas no final, antes da extensa bibliografia, permite aos interessados reconstruir a narrativa dos acontecimentos.