[ Informação Observatorio Crises – CES/UC ]
Novo estudo – “Tecnologias e trabalho” [Cadernos do Observatório n.º 11 e 12]
A controvérsia acerca dos efeitos da tecnologia no emprego, nos salários e no trabalho tem origens remotas nos primórdios da Revolução Industrial. Já então as opiniões se dividiam entre a antecipação de uma destruição massiva de emprego e a visão contrária, segundo a qual as máquinas elevariam a produtividade e os salários, proporcionando mais procura e portanto mais emprego.
A experiência dos séculos XIX e XX mostrou, em geral, que a tese da ‘compensação’ dos empregos destruídos pelas tecnologias pela criação de novo emprego era válida. Não obstante, com a recente emergência da Robótica e da Inteligência Artificial, a antevisão de uma destruição massiva de emprego causada por uma vaga de inovações tecnológicas regressou ao espaço público, promovida agora por instituições internacionais influentes, como o Fórum Económico Mundial ou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
Hoje, face a uma nova vaga de inovação tecnológica, estamos confrontados com dúvidas e incertezas semelhantes às do passado. Irão as tecnologias destruir ou criar emprego? De que modo podem transformar o trabalho, as relações laborais e a organização do trabalho? Somos obrigados a adaptarmo-nos às novas tecnologia, ou podemos, enquanto sociedade e comunidade política, moldar as tecnologias e pô-las ao serviço de finalidades e valores meritórios?
Como contributo para esta discussão, o Observatório sobre Crises e Alternativas do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra lança dois novos Cadernos do Observatório, de autoria de José Castro Caldas e Nuno Teles:
#11 Tecnologia, Trabalho e Emprego: das controvérsias do passado na economia política aos futuros possíveis: oferece um roteiro – parcelar, na medida que cobre apenas alguns dos contributos mais relevantes no âmbito da economia política – de debates passados acerca do trabalho, envolvendo duas questões relacionadas, mas distintas: a natureza do trabalho, o efeito da mecanização no trabalho e no trabalhador e as suas consequências no nível de emprego.
#12 Tecnologia e Trabalho no século XXI: uma proposta de abordagem: questiona os fundamentos das narrativas mais correntes acerca do ‘futuro do trabalho’. Depois de passar em revista abordagens convencionais da inovação e da tecnologia na teoria económica, convoca contributos da economia política que enfatizam o papel instrumental da tecnologia para o controlo do trabalho e sua desqualificação. Argumenta-se que, em mercados capturados por um punhado de empresas tecnológicas financeirizadas, o incentivo à inovação radical, promotora de ganhos significativos de produtividade, é diminuto, tendendo a ser substituído por inovações de produto incrementais e pela reestruturação do trabalho.
Os Cadernos estão disponíveis para consulta em https://www.ces.uc.pt/observatorios/crisalt/index.php?id=6522&id_lingua=1&pag=9331
[ Informação Le Monde diplomatique ]
Le Monde diplomatique: Número de Março nas bancas!
O destaque da edição de Março vai para um dossiê sobre «Uma União a refazer», que interroga, a partir de diferentes perspectivas, o que está em jogo nas próximas eleições europeias, fazendo também um balanço dos 20 anos do euro (Antoine Schwartz, Frédéric Lordon, Thomas Guénolé e Yanis Varoufakis).
Na componente portuguesa analisamos as convergências e concretizações necessárias para uma Lei de Bases da Saúde que defenda o SNS (Teresa Gago) e traçamos o retrato do emprego da economia social, para interrogar o paradigma em que se insere (Margarida Antunes). Perguntamos o que são reformas estruturais de esquerda (Nuno Serra) e viajamos pela anatomia brutal da adolescência tal como vista na peça Margens (Paula Varanda).
No internacional, destaque ainda para a situação na Venezuela, com dois artigos que questionam os rumos da oposição e o regresso dos Estados Unidos às «guerras sujas». Voltamos à guerra no Iémen e ao tortuoso caminho da paz no país, e acompanhamos a persistente repressão dos uigures no Xinjiang chinês. Por fim, iniciamos uma série sobre «fake news» que começa por perguntar por que só algumas são denunciadas…
Índice de artigos em https://pt.mondediplo.com/spip.php?article1276
Boas leituras!
[ Informação Lidel – Edições Técnicas ]
Livro Criminologia e Reinserção Social
Coordenação de Fausto Amaro e Dália Costa
Quais são as causas do crime? Há causas específicas para cada tipo de crime? Existe uma dimensão de género e uma dimensão etária? Como se caracteriza o crime urbano? Como fazer a prevenção do crime? Como deve ser feita a reinserção social dos ex-reclusos?
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Livro Violência Doméstica e de Género
Coordenação de Isabel Dias
A violência doméstica e de género é historicamente persistente. Está instalada de forma profunda na estrutura da sociedade e surpreende-nos constantemente. Implica um conjunto de ações e atividades multifacetadas. Assume inúmeras formas e atinge pessoas cujos direitos fundamentais são violados pelos agressores e pela falta de respostas ajustadas às suas necessidades. Suscita, por isso, questões complexas de análise teórica, bem como o desenvolvimento de políticas e de respostas sociais.
Este livro surge assim com o objetivo de evidenciar a relação fundamental que tem de existir entre investigação, análise teórica, políticas sociais e intervenção junto das vítimas e dos agressores conjugais.
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