[ Informação Observatorio Crises ]
Novo estudo “À saída da pandemia: precariedade, baixos salários e estagnação” [Barómetro do Observatório n.º 24]
O Observatório sobre Crises e Alternativas – do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra – lança um novo Barómetro do Observatório, da autoria de João Ramos de Almeida.
A retoma iniciada no 2º semestre de 2021 gerou uma criação líquida homóloga de 208,9 mil novos postos de trabalho, ultrapassando o nível de emprego destruído (172,6 mil durante o ano entre o 2º trimestre de 2020 e igual período de 2020). Mas de que forma se deu esta recuperação do emprego?
Se foi o emprego por conta de outrem com contratos sem termo que mais contribuiu para aquela recuperação, verificou-se que os diferentes tipos de contrato precário representaram 42% do novo emprego observado e no 3º terceiro trimestre de 2021 foi de 61%. Ou seja, os empregos precários foram aqueles que mais sofreram com a destruição de postos de trabalho e tudo indica que a retoma iniciada se esteja a reforçar baseando-se neles.
Por dimensão de empresas, a grande fatia da criação de emprego – cerca de 54% – verificou-se nas grandes empresas, tendo as micro e pequenas empresas registado recuperações de emprego abaixo do seu peso no total do emprego. Enquanto, a norte e centro do país o emprego mais que recuperou os níveis anteriores à pandemia, já a sul, o cenário é outro. A AML, Algarve e Madeira – regiões fortemente baseadas na atividade turística – ainda não recuperaram das perdas verificadas.
Esta segmentação parece explicar-se pelas assimetrias setoriais verificadas na recuperação de emprego. Acentua-se, aliás, a segmentação entre os setores de atividade mais dinâmicos e os setores com desempenhos estagnados. Comparando os níveis de emprego apurados com os níveis médios de remuneração bruta, é possível verificar que as atividades do setor privado com piores níveis de recuperação do emprego foram aquelas que registaram remunerações brutas regulares abaixo da média apurada (52,1% do total dos postos de trabalho no 2ºtrimestre de 2019). Por outro lado, as atividades do setor privado com melhores níveis de recuperação do emprego foram aquelas que registaram em média remunerações brutas regulares acima da média (25,7% do total dos postos de trabalho no 2ºtrimestre de 2019). Por seu lado, as atividades habitualmente tidas como públicas ou apoiadas pelo Estado (tenham ou não pago remunerações brutas regulares acima ou abaixo da média) registaram variações positivas do seu nível de emprego.
Este Barómetro parte dos reflexos da pandemia no Emprego e pretende analisar de que forma se está a verificar a recuperação económica em curso e até que ponto se inverteu o perfil anterior à pandemia ou se retomou apenas o ponto inicial interrompido no início de 2020.
#24 À saída da pandemia: precariedade, baixos salários e estagnação
O Barómetro está disponível para consulta em https://www.ces.uc.pt/observatorios/crisalt/index.php?id=6522&id_lingua=1&pag=6560
[ Informação SOCIUS ]
ESPAÇO PÚBLICO: “Blockchain: temor e purificação”
Como forma de comemorar o 30º aniversário, em 2021, o SOCIUS associa-se ao jornal Público online para apresentar pesquisas em que tem estado envolvido. Uma vez por mês, investigadoras e investigadores do SOCIUS sintetizam os resultados do seu trabalho, de modo a serem conhecidos do grande público.
Estas pesquisas revelam ainda outras marcas distintivas do ISEG, que o SOCIUS partilha desde a sua origem: o entendimento da economia e da gestão como realidades complexas, a atenção aos problemas contemporâneos, a reflexão orientada para a acção, a abertura a novas maneiras de pensar e compreender o mundo.
“Blockchain: temor e purificação”
Da autoria dos Investigadores do SOCIUS, Inês Faria, Sandra Faustino e Daniel Seabra Lopes, é o décimo primeiro desta série de doze artigos.
Ler artigo em https://www.publico.pt/2021/11/24/opiniao/opiniao/blockchain-temor-purificacao-19