9 de julho, 18h | Sala de Reuniões 2 | Faculdade de Letras da Universidade do Porto

João Mineiro (Iscte)

Partindo de uma discussão sobre o carácter polissémico do conceito e ideia de política, esta conferência tem como objetivo compreender que entendimento particular da política está subjacente à vida parlamentar e de que forma este é construído, partilhado e reproduzido.

Para tal, baseamo-nos numa etnografia realizada na Assembleia da República e centrada nos discursos, práticas e interações de deputados, assessores, funcionários, jornalistas e cidadãos.

Salientam-se os principais desafios teóricos, metodológicos e éticos da pesquisa e analisa-se a forma como no Parlamento se configura uma ideia de política assente na produção de uma distinção entre quem faz política e quem dela é objeto; entre quem está dentro e quem está fora; entre atores e espectadores da produção do fenómeno político.

João Mineiro é antropólogo, sociólogo e investigador.
Doutorado em Antropologia e mestre em Sociologia pelo ISCTE, é atualmente investigador no Centro em Rede de Investigação em Antropologia.
Tem investigado os temas do Estado, instituições e ideologias políticas, o parlamentarismo e a representação política, políticas de ensino superior, praxes académicas, desigualdades e classes sociais e as intersecções entre cultura, arte e política. O seu projeto atual centra-se na análise dos sons, poéticas, imagens e políticas da música afro-portuguesa contemporânea, sendo financiado no âmbito do CEEC Individual 5ª Edição.
Recentemente foi autor de Fazer Política: uma Etnografia da Assembleia da República (Afrontamento, 2022) e Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (2007-2022) – Contributos para uma revisão fundamentada (SNESup, 2022); coeditor de Novas e Velhas Extremas-Direitas (Parsifal, 2021) e ABC do Socialismo (Parsifal, 2019); e coautor de Caloiros e Doutores. Um Estudo Sociológico sobre a Praxe Académica em Portugal (Mundos Sociais, 2018), O Espectro dos Populismos (Tinta da China, 2018) e O Estado por Dentro (Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2017).