Grupo de Trabalho no âmbito do Congresso XV CONLAB “Reinventando a Democracia num Mundo de Inseguranças: desafios para as Ciências Sociais e Humanas”

Coordenação: Secção Temática da APS Segurança, Defesa e Forças Armadas, Maria da Saudade Baltazar (Universidade de Évora), Ana Romão (Academia Militar, CICS.NOVA), Nuno Caetano Lopes de Barros Poiares (ICPOL-ISCPSI), Martinho Perreira (UNTL)

Submissão de Comunicações Orais (COs) nos Grupos de Trabalho (GTs) (3ª chamada) – 15 de julho a 1 de agosto, de acordo com as orientações constantes em:

Normas de submissão: https://www.conlab2023.ailpcsh.org/conteudo/view?ID_CONTEUDO=810

Programação: https://www.conlab2023.ailpcsh.org/programacao

https://www.conlab2023.ailpcsh.org/informativo/view?TIPO=4&ID_INFORMATIVO=73

Submissão nos GT: https://www.conlab2023.ailpcsh.org/conteudo/view?ID_CONTEUDO=969

GT 13: https://www.conlab2023.ailpcsh.org/simposio/view?ID_SIMPOSIO=139

Resumo: Estamos a viver tempos de grande insegurança! Após um período pandémico, o despontar de conflitos localizados ou de uma guerra como a da Ucrânia que ecoa em todo o globo, a crise inflacionária que a todos afeta, os fenómenos extremos que lembram até aos mais céticos que as catástrofes climáticas e ecológicas são diárias, o sofrimento humano é enorme num mundo cada vez mais incerto, instável e desigual.
A confluência de tais pressões desestabilizadoras remete para uma polarização generalizada de atuações e de discursos, de extremismo político e de demagogia, potenciados pelos meios de comunicação social, inteligência artificial e de outros processos tecnológicos. Estes desafios destabilizam vidas à escala mundial, e eclodem como manifestas preocupações associadas ao recuo da democracia em muitos países num sistema multilateral cheio de tensões.
Se a incerteza não é nova nas sociedades humanas, hoje a globalização, a volatilidade das nossas vidas e as acentuadas desigualdades relevam como tais interações contribuem para uma crescente insegurança e vice-versa.
Neste novo complexo de transformações sociais, que se sobrepõem e interagem, pondo sistematicamente em causa a confiança nas instituições e ameaçando os laços coletivos, qual é o papel das ciências sociais e humanas? Mas se não existem inevitabilidades, como é que estas realidades emergentes e inquietantes podem ser compreendidas e respondidas através de processos criativos e cooperativos? Como devem ser desencadeados e privilegiadamente por que atores sociais?
É com o desiderato de contribuirmos para a resposta à “necessidade de repensar os nossos paradigmas e ferramentas de análise, identificar instrumentos que permitam resistir a estas intempéries e vencer os desafios associados às recorrentes situações de ataque à diversidade de formas de democracia existentes no globo” (tal como enunciado na Call geral do XV CONLAB), que propomos este Grupo de Trabalho.
O Grupo de Trabalho que surge no âmbito da Sessão Temática Segurança, Defesa e Forças Armadas da Associação Portuguesa de Sociologia, que pretende potenciar encontros e debates profícuos entre diferentes atores e agentes, do mundo da ciência, da decisão política e do universo socioprofissional, visando, ainda, a internacionalização e a transdisciplinaridade.
O universo da Segurança, Defesa e Forças Armadas remete-nos para os conceitos, as ações e as práticas de uma pluralidade de agentes, cuja missão se direciona para agir em contextos de crescente incerteza e novas ameaças. Questões sobre as quais se produz conhecimento a partir de diferentes sedes institucionais, que importa integrar numa perspetiva sociológica, sem olvidar a contribuição de outras ciências sociais e humanas para o debate público.
É com o intuito de se refletir sobre os desafios que se colocam às Ciências Sociais e Humanas no atual contexto de sociedades que tendem a tornarem-se cada vez mais autoritárias e inseguras, que convidamos a partilhar conhecimento e experiências de trabalho relevantes. A título de exemplo, serão bem-vindas as propostas que abordem temáticas como:
– Tensões geopolíticas e políticas securitárias
– Guerras, missões de apoio à paz e (re)construção pós-conflito
– Direitos humanos, ação coletiva e segurança pública
– Direitos humanos e ensino policial e militar multicultural
– Opinião pública e Confiança nas instituições militar e policial
– Discursos de ódio e expressões de radicalização nas redes sociais
– Perceção social dos riscos de (in)segurança
– Intersetorialidade e questões securitárias
– Processos de autocracia e crises humanitárias
– Crise da democracia representativa e enfraquecimento dos mecanismos do Estado de direito.
– Migrações, integração social e desafios para a segurança mundial.

Os trabalhos a apresentar podem assumir o formato de comunicação oral e que devem ser formuladas considerando um enquadramento teórico, objetivos, metodologias utilizadas, diagnóstico, resultados e conclusões.