25 de outubro, 2023 | Fundação Eng. António de Almeida, Porto
Toda a informação AQUI!
O Relatório de Monitorização Global da Educação (GEM) de 2023 apresenta uma análise profunda e fundamental sobre a relação entre tecnologia e educação e sobre o papel da tecnologia em todo o processo educativo. Nas suas conclusões, o relatório evidencia que a tecnologia pode ser um recurso fundamental, incluindo na melhoria das aprendizagens, mas que, no momento atual, há pouca reflexão e conhecimento sobre o tema, os processos em curso, dificuldades de adaptação ou de regulação dos sistemas perante esta nova realidade, fraco controlo da qualidade ou diversidade dos produtos e equidade no acesso. Apresentando preocupações com o entendimento do uso de tecnologia nas escolas como uma panaceia para os problemas que o sistema enfrenta, o relatório recomenda uma “visão centrada no ser humano”, para que o adequado acesso à tecnologia na educação seja garantido.
Neste contexto, já a “Declaração de Incheon e Marco de Ação, rumo a uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e à educação ao longo da vida para todos” (UNESCO, 2016) reconhecia que a consecução do ODS 4 da Agenda 2030 estava obrigatoriamente associada às oportunidades e desafios colocados pela tecnologia à educação, relação que a pandemia da COVID 19 veio acelerar e aprofundar a nível global. Referências ao papel da tecnologia na educação estão presentes em seis das dez metas do ODS 4, objetivo consagrado à educação inclusiva, de qualidade e equitativa até 2030.
A tecnologia pode ser um input, um meio de organização do ensino-aprendizagem, uma competência, uma ferramenta de planeamento e um potenciador de um ambiente colaborativo. Para que o seu impacto seja positivo e o seu potencial para a educação alcançado, é necessário garantir certas condições, de entre as quais se destacam o acesso às ferramentas tecnológicas, a regulação dos processos formativos ou a formação de professores. Por outro lado, este processo deve ser garantido, quer em contextos educativos em que a sua utilização é, hoje, mais ou menos generalizada, quer em territórios educativos em que a sua implementação se revela crítica. Deve também ser prestada especial atenção à crise das aprendizagens, às taxas de abandono, aos alunos mais vulneráveis (muitos dos quais não tiveram opções de educação virtual durante a pandemia), identificando áreas e populações de intervenção prioritária, nomeadamente de zonas geográficas e comunidades mais carenciadas, no sentido de “não deixar ninguém para trás”, conforme também estipulado pela Agenda 2030.
Governos, organismos internacionais e instituições públicas, privadas e da sociedade civil procuram que estes desafios sejam respondidos da forma mais adequada, transformadora e inovadora. Estratégias de cooperação avançada que envolvam o reforço das capacidades, o trabalho em rede e o diálogo político são essenciais, assim como a sistematização e avaliação de todas as experiências, a geração e partilha de conhecimentos, a sua divulgação alargada e apropriação social.