Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra nos dias 30 de janeiro a 1 de fevereiro de 2025.
O Encontro visa juntar todos/as aqueles/as que, a partir das mais diversas áreas disciplinares e abordagens, entendem os fenómenos económicos como sendo eminentemente configurados por fatores de ordem social, política, filosófica, jurídica, cultural, tecnológica e ecológica e devendo ser estudados nos seus contextos
institucionais, históricos e geográficos.
O Encontro tem início no dia 30 de janeiro de 2025, com a realização da Escola de Inverno da EcPol, e contará com a participação de especialistas convidados que irão dinamizar a discussão de projetos de doutoramento apresentados por estudantes.
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Apresentação
As abordagens à economia política, na sua diversidade, assumem a inevitabilidade do entrelaçamento entre factos e valores na análise ou na política económica e social. As instituições económicas, criadas politicamente, nunca são neutras: a sua justificação normativa, a distribuição dos seus custos e benefícios, ou os fins e valores que podem ser prosseguidos individual e coletivamente, refletem as relações de poder e os prismas ideológicos prevalecentes num dado contexto histórico.
Num período marcado por injustiças persistentes, desigualdades multiformes, estagnação, alterações climáticas crescentes e precarização do trabalho e da vida, acompanhadas por processos de desdemocratização e visões distorcidas da liberdade e da justiça, o paradigma neoliberal começou a perder a sua hegemonia à escala global. Isto deu lugar a um período de interregno, marcado pelo surgimento de alternativas heterogéneas e parciais, mas sem o poder global que o neoliberalismo alcançou.
Conceitos contestados como justiça, liberdade, igualdade, democracia ou cidadania fazem inexoravelmente parte da avaliação e da proposta de transformação institucional, para lá da visão empobrecedora do utilitarismo – a filosofia social espontânea da economia convencional. Trata-se de pensar no que implica alcançar uma vida justa, partindo de uma abordagem pluralista do que é justo e injusto, das implicações da liberdade e da igualdade, das formas de propriedade, do valor e da vida, do ser humano e da natureza, dos centros e das periferias, do desenvolvimento tecnológico e das suas contradições, bem como do Estado e das demais instituições implícitas ou explícitas.
Por conseguinte, o 8º Encontro Anual de Economia Política desafia cientistas e profissionais, provenientes de várias áreas, e o público em geral, a refletirem sobre a relação entre as formas de organizar as várias esferas que compõem a economia substantiva e os valores que se pode ter boas razões para defender e institucionalizar, desde a justiça social, de género ou climática, e a igualdade cidadã, à democratização da economia e à “liberdade a sério”.