19-20 abril, 2023 | Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, presencial e virtual
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Os(as) trabalhadores(as) estão na linha de frente da crise climática. À medida que o mundo é afetado pelo aquecimento global, que problemas surgem – e quais os empregos e setores de atividade que estão ameaçados ou devem mudar?
As alterações climáticas aumentaram as condições extremas – secas, inundações severas e furacões frequentes – que já estão mudando a experiência humana, especialmente no campo do trabalho. Assim, utilizar o trabalho para discutir as alterações climáticas pode ser uma poderosa ferramenta de envolvimento, já que uma certeza na vida da maioria dos adultos neste planeta é a relação com o trabalho. Apesar da ubiquidade e da importância da interligação entre crise climática e direitos dos/as trabalhadores/as, e quão central ela é para as relações humanas, tal interação ainda é pouco estudada e, principalmente, subavaliada globalmente.
O modelo ultrapassado que procura combinar desenvolvimento económico e proteção do meio ambiente, presente nos meios de comunicação social de grande difusão e fomentado por partes interessadas da indústria, é outro obstáculo importante a ser enfrentado na relação entre alterações climáticas e trabalho. Além disso, a complexidade desse tema, na sua multi e interdisciplinaridade, torna a sua comunicação para a sociedade multifacetada e complexa. Uma pesquisa realizada pelo Pulitzer Center, com especialistas em alterações climáticas e representantes laborais em todo o mundo, mostra que, apesar das alterações climáticas terem um efeito profundo nas questões que afetam os/as trabalhadores/as internacionalmente, a comunicação social tem falhado em reportar a complexidade dessas relações.
Intersecções críticas – incluindo a discriminação de género, a perda de meios de subsistência tradicionais e uma transição justa para a energia limpa – ainda precisam de ser totalmente exploradas numa escala global e também em debates públicos e académicos. Promover o diálogo entre o público, a comunicação social e as comunidades universitárias, incluindo a forte representação de diversas vozes, é fundamental para preencher tais lacunas.
O Pulitzer Center—em parceria com o CES (Centro de Estudos Sociais) e a FEUC (Faculdade de Economia) da Universidade de Coimbra, através do OSIRIS (Observatório de Risco), ECOSOC (Oficina de Ecologia e Sociedade) e do Programa de Doutoramento em Pós-Colonialismo e Cidadania Global—realizará uma conferência que, durante dois dias, vai tratar da ligação entre as alterações climáticas e o mundo do trabalho.