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Todos reconhecem que Portugal é uma sociedade marcada por profundas desigualdades. Essas desigualdades – de classe, de género, étnico-raciais – condicionam não apenas o acesso a recursos e oportunidades, como também as presenças – ou ausências – nas discussões públicas, aprofundando lógicas de exclusão. Aqueles/as que asseguram a produção e a reprodução do quotidiano permanecem largamente invisíveis, exceto em momentos de crise – como durante a pandemia ou, mais recentemente, em protestos contra a atuação da polícia – para logo serem votados ao esquecimento.

A ausência de inscrição social de populações subalternizadas no debate público – incluindo largos segmentos da classe trabalhadora, migrantes e populações racializadas – é sintomática de duas crises interligadas no atual momento do capitalismo: a crise da reprodução social e a crise da representação social e política. A estas soma-se uma terceira, igualmente inquietante: a dificuldade da sociologia e das ciências sociais em colocar as desigualdades no centro das agendas científica e pública, bem como em assumir plenamente um papel crítico e propositivo, capaz de interpelar as estruturas de poder e contribuir para uma transformação social.

Neste seminário, queremos contribuir para tornar visível o invisível, explorando como as desigualdades de classe social, género e raça/etnia se articulam na produção e reprodução do quotidiano no Portugal Contemporâneo. Para isso, convidámos três participantes para, a partir da sua investigação, refletirem sobre as invisibilidades persistentes e discutir como (re)politizar o mundo da vida.

Mais informações em https://www.ics.ulisboa.pt/evento/das-margens-para-o-centro-desigualdades-e-crises-da-reproducao-da-vida-quotidiana