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O Seminário será orientado por Rafael da Silveira Gomes, Professor no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo – Brasil.

A entrada livre e gratuíta.

Sobre o Seminário

Nos últimos anos, temos visto e vivido um questionamento da democracia em diferentes partes do mundo, dos países centrais aos periféricos. Movimentos e teóricos, que questionam o atual estágio da democracia representativa, alegam que experimentamos um simulacro de democracia, a emergência de um Estado Pós-Democrático, Neoliberal. Um Estado oligárquico, cujas decisões dos governos têm sofrido grande influência das corporações, em especial das corporações financeiras, que propõem a diminuição da participação do Estado nas políticas sociais e a desregulamentação das trocas financeiras, dos direitos trabalhistas e previdenciários.

Essa transformação, materializadas exemplarmente, no discurso de austeridade, tem atingido frontalmente as políticas que sustentam a frágil tentativa de construção de um Estado de bem-estar social no Brasil, em especial: saúde, educação, assistência e previdência social. Ataques que se dão tanto em relação ao financiamento destas políticas, quanto nos modos de gerenciar e organizar os processos de trabalho nos diversos serviços e órgãos que as compõem

Tais práticas minam a dimensão pública do SUS. Produzem relações de competitividade em detrimento da cooperação, degradam as condições e relações de trabalho, reduzem o cuidado a um ato técnico e a produção de saúde a uma meta monetária. A ideologia gerencialista afasta os protagonistas dos atos de cuidado – trabalhadores e usuários – das decisões e da gestão dos serviços restringindo um dos princípios organizativos da própria política de saúde brasileira: a Participação Social. Desencadeando como efeitos a ampliação do sofrimento dos trabalhadores e a diminuição da resolubilidade do cuidado em saúde.

Neste contexto, discutiremos nossa experiência de criação de dispositivos ergoclínicosformativos – inspirados nas clínicas do trabalho e no movimento institucionalista – na qual o exercício coletivo de análise, avaliação e construção de propostas para organização e gestão das políticas de saúde demonstrou-se como método de ampliação do poder de agir dos trabalhadores.

Mais informações: 220 400 664 / lcunha@fpce.up.pt