
Seminário AIDA: “Participatory Algorithmic Justice: using ethnography and graphic art to think about justice in AI”, com Amélia Fiske
20 Maio @ 10:30
Sala Virtual: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/95084785813?pwd=koUvSGZOUT3PMQgayl10eBUOu1SZBs.1
Organização: AIDA (Social Sciences Research Network)
Resumo:
Os debates atuais sobre que tipos de IA desenvolver e como governá-la ou restringi-la não incluem suficientemente as vozes daqueles que estão mais expostos aos riscos decorrentes destas tecnologias. Esta exclusão abre caminho para crescentes desigualdades sociopolíticas no domínio da IA. Nos debates sobre como alcançar um desenvolvimento mais ético da IA, surgiram duas respostas dominantes: os especialistas em ética e ciências sociais têm-se concentrado sobretudo em abordagens baseadas em princípios, enquanto os desenvolvedores têm-se focado em soluções técnicas para os problemas dos modelos de IA. No entanto, a maioria das declarações éticas tem sido redigida por indivíduos que trabalham em empresas e institutos de investigação sediados na minoria global. As perspetivas de África, América Latina e Ásia Central estão frequentemente ausentes. As soluções técnicas para resolver problemas nas bases de dados e nas aplicações dos modelos de IA caem muitas vezes na armadilha do solucionismo tecnológico, ocorrendo no seio do mundo das grandes tecnológicas e das start-ups, que excluem visões de outros contextos de vida. Esta apresentação propõe uma abordagem inovadora de justiça algorítmica participativa, centrando-se nas experiências de comunidades estruturalmente marginalizadas e no desenho de intervenções criadas por e para essas comunidades. Ao situar questões críticas de justiça em contextos e histórias específicas, a justiça algorítmica participativa constitui uma abordagem metodológica para dar atenção às vozes que estão atualmente excluídas dos debates sobre IA.
Nota biográfica:
Amelia Fiske é investigadora sénior no Instituto de História e Ética da Medicina da Universidade Técnica de Munique. O seu trabalho situa-se na interseção entre antropologia cultural, estudos sobre ciência e tecnologia (STS), bioética e humanidades ambientais.